Memória e estimulação cognitiva

A memória é a capacidade de registrar, armazenar, reter e recuperar informação. Importantes processos de armazenamentos estão implicados nas estruturas de registro e retenção da nova informação, e o produto dessas operações são estruturas conhecidas como rastros de memórias.

Nas últimas décadas um grande número de estudos sobre envelhecimento vem demonstrando que déficits de memória fazem parte do envelhecimento saudável, mas mostram também a possibilidade de reverter um quadro de declínio cognitivo revelando a plasticidade cerebral (ou neuroplasticidade).

 

O que é plasticidade cerebral?

A plasticidade cerebral é a capacidade que o sistema nervoso tem de reorganizar sua estrutura; uma habilidade do cérebro de se recuperar e se reestruturar de forma a permitir que novas conexões sinápticas interfiram em respostas a estímulos externos e internos de modo a propiciar uma melhor interação com o cotidiano.

 

Para que serve a estimulação cognitiva (ou treino cognitivo)?

Os estudos em Neurociências não deixam dúvidas que o cérebro se recupera pela experiência. Quando experimentamos novas experiências ou aprendemos algo novo o cérebro estabelece uma série de vias neurais, interligando neurônios.

O treino cognitivo ou estimulação cognitiva visa propiciar que a neuroplasticidade cerebral estabilize os efeitos danosos causados nas estruturas cerebrais, em estágios iniciais, por problemas como Alzheimer, Doença de Parkinson, depressão, estresse, ansiedade, insônia, etc, esclarecendo que cada caso merece um estudo detalhado.

Cada vez que um circuito cerebral é ativado as conexões sinápticas vão se fortalecendo e estabelecendo uma melhora na comunicação dos neurônios. As repetições são de suma importância para o aprendizado e consequentemente para a neuroplasticidade.

 

Reforço cognitivo

Em testes cognitivos, adultos idosos têm desempenho pior que adultos jovens. Mas nem todo adulto idoso tem baixo desempenho! Daí a importância do reforço cognitivo como forma de prevenir e compensar o declínio da memória e a lentidão de raciocínio que aparecem com a idade.

Desde que nascemos o cérebro é bombardeado de estímulos e conforme a interação com o meio ambiente vai se fortalecendo. Para manutenção dessas conexões, quanto mais recursos cognitivos o cérebro usar melhor a qualidade de conexões sinápticas e manutenção de áreas cerebrais que
proporcionam melhoria no desempenho da memória, da linguagem, do raciocínio e em atividades da vida diária por exemplo.

Estudos revelam que pessoas que participaram de treino cognitivo obtiveram melhora no raciocínio e na velocidade de processamento. No treino de memória também obtiveram benefício revelando um menor declínio funcional em comparação com outros grupos que não participaram do estudo.

Esses resultados reforçam a ideia de que determinados tipos de treinamento cognitivo propiciam ganhos mesmo 10 anos depois!

(Fonte: SBGG em 12/Nov/2018)

 

Onde entra a psicologia, ou melhor, a neuropsicologia?

A psicologia estuda os comportamentos humanos e suas interações com o ambiente e o social. Já a neuropsicologia visa às relações entre o cérebro e o comportamento humano. Estudos têm demonstrado que o treino cognitivo tem eficácia na população tanto de idosos jovens quanto de idosos adultos mostrando que é um meio não farmacológico de contribuir para um envelhecimento saudável.

 

O que e como fazer?

Existem inúmeras sugestões de treino cognitivo. Em casos mais específicos um profissional da área de neuropsicologia deve ser consultado. Para casos de prevenção, além do profissional pode-se buscar estímulos em palavras cruzadas, leitura de jornais, revistas e livros. Exercícios físicos fazem parte do pacote. Fazer atividades sociais ou culturais juntamente com outras pessoas é proveitoso.

Não se esquecer de visitar periodicamente um médico geriatra como forma de prevenir doenças!

 

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