Por que alguns de nós ficam mais tristes e melancólicos no final e início do ano

Para algumas pessoas esta época do ano com celebrações e encontros pode ser um período melancólico.

Ficar triste e melancólico no final do ano é mais comum que se pensa. No final do ano a pessoa pode ficar mais triste e melancólica, ansiosa e com a sensação de desconforto. E com o início do ano, não é diferente.

Diferentemente da depressão e da ansiedade, não existe uma perda da funcionalidade nesta condição. Porém, algumas situações externas podem potencializar esses sentimentos e fazer com que o indivíduo sinta algo diferente em comparação com os demais meses do ano.

Um luto ainda mal resolvido, uma preocupação financeira, encontros familiares com histórico de conflitos, podem contribuir para o desconforto, mas passam depois das festas. Um pouco de melancolia é até normal pois de se trata de balanço e fechamento de um ciclo. Mas se continuar a interferir no dia a dia aí precisa ser estudado.

Há aqueles que não celebram certas datas simplesmente por acharem que são padrões impostos pela sociedade e isso deve ser respeitado. Nada de mais. É diferente quando há desconforto prolongado.

Geralmente, datas comemorativas são gatilhos e, consequentemente, podem deixar as pessoas mais emotivas. Pessoas que durante a infância e adolescência estavam em ambientes mais conflituosos vão desenvolvendo esquemas desadaptativos (crenças) e têm uma tendência maior a ficarem melancólicas, depressivas ou ansiosas nessas épocas.

Esses padrões de comportamento vão criando crenças em nossos aparelhos psíquicos de maneira que festejar, celebrar ou trocar presentes causa sofrimento. O bom é que essas crenças, que levam a padrões doentios, podem ser modificadas para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Nem sempre as pessoas têm consciência da natureza do bloqueio e podem ficar com medo das consequências de mudar o comportamento; podem pensar se é realmente necessária a mudança; têm dificuldades de tolerar o desconforto ou mesmo o esforço envolvido no processo de mudança; podem sentir que certas crenças ou sentimentos são difíceis de mudar e até achar que é impossível de alcançar um resultado positivo. Quando acontece da pessoa não identificar o bloqueio, o terapeuta usa de métodos para investigar a natureza dessas emoções.

As crenças atuam de maneira a impedir que a pessoa peça ajuda. É preciso aprender que como ser humano, é saudável pedir ajuda. É da natureza humana ser emocionalmente vulnerável e que faz parte da vida buscar equilíbrio entre força e vulnerabilidade, ou seja, há momentos de ser forte e outros de ser sensível.

No início de uma terapia o terapeuta vai buscar conhecer e avaliar os esquemas desadaptativos; identificar os modelos de vida disfuncionais; identificar os gatilhos e origens na infância e adolescência e identificar os estilos de respostas de enfrentamento, começando com uma avaliação inicial para identificar os problemas atuais e quais seus objetivos quanto à terapia.

A psicoterapia é uma linha de tratamento não farmacológico para questões relacionadas ao aparelho psíquico. Além de tratar patologias como ansiedade, pânico, depressão, fobias e stress visa o desenvolvimento pessoal e promove mudanças positivas e efetivas na qualidade de vida de quem busca o tratamento.

É um processo cuja finalidade é tratar os conflitos emocionais que levam a comportamentos que causam sofrimento emocional, danos à saúde, relacionamentos afetivos, à vida familiar, social e profissional.

Um dos objetivos da psicoterapia, senão o principal, é promover a saúde mental e uma vida emocional com mais qualidade. Por meio desse processo, o indivíduo amplia a consciência sobre si mesmo aprendendo a desenvolver recursos para encarar as questões internas e os conflitos emocionais que o incapacitam e geram sintomas, dor e sofrimento.

Como resultado da psicoterapia, o paciente aprende a expressar suas emoções de outras maneiras, com mais autonomia e segurança para lidar com as questões da vida, sejam elas boas ou más. Dessa forma, adquire uma nova postura, mais reflexiva, assertiva e confiante.

O processo psicoterapêutico favorece o crescimento, o desenvolvimento e o amadurecimento pessoal. Possibilita uma observação mais contundente de padrões de comportamentos disfuncionais e ajuda a estabelecer posturas mais construtivas diante das dificuldades.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *