São aspectos da mente humana que definem comportamentos e atitudes. Uma das funções da mente, as funções cognitivas – memória, pensamento, raciocínio, planejamento, percepções, dentre outras, nos possibilitam conhecer e interagir com o mundo. Por sua vez os afetos se apresentam na forma de emoções e sentimentos, nos permitem experimentar e experienciar alterações do mundo exterior e de si mesmo.
As funções cognitivas nos conectam ao mundo já os afetos dão uma impressão a esses conhecimentos que podem aparecer na forma de emoções e sentimentos. Cada pessoa tem seu jeito pessoal de sentir, de agir e de pensar. Um mesmo fato pode despertar diferentes reações.
Nossa vida é pautada em experiências que vêm acompanhadas de algo sentido, de uma emoção – alegria, tristeza, raiva, inveja, desprezo etc. Algumas vezes essa sensação é tão forte que pode até provocar reações físicas. Alguém já chorou de alegria ou de tanto rir? Dependendo do fato provocador, ou seja, das experiências vividas e sentidas estes deixarão alguma marca no nosso organismo, uma lembrança.
O cérebro dos seres vivos mais complexos do planeta é adaptado para conseguir sobreviver a estímulos de toda ordem vindo do meio ambiente. Os mamíferos, particularmente, necessitam de alguém ou do outro para aprender sobre seu meio ambiente e aí as emoções são de grande importância.
Por exemplo, como sobreviver sem o medo e a agressividade? O medo é importante como um sinal de alerta e também exige respostas às vezes agressivas por questão de sobrevivência. Nos seres humanos a natureza foi generosa no quesito emocional dando-nos capacidade de sentir uma grande quantidade de emoções: tristeza, alegria, ódio, paixão, culpa, satisfação, amor, esperança, etc.
De onde vem nosso comportamento? Existem diversas maneiras de se comportar para uma mesma situação. Vai depender da formação do sujeito. Ao reagir o ser humano está mostrando sua capacidade de adaptação e de aprendizado. Já nascemos com parte da personalidade formada e a complementação vem com a criação, experiências da vida, da educação e da inteligência. Nosso comportamento dá respostas às situações ou estímulos do meio ambiente.
Henri Wallon foi um grande estudioso na questão da afetividade no processo evolutivo do sujeito. Ele defende que a emoção não pode ser vista isoladamente mas ligada a inteligência, a motricidade e ao social. Ao analisar aspectos afetivos há que levar em consideração as dimensões cognitiva, biológica, afetiva e social do sujeito em sua formação.
Existem pessoas que não sentem nem reconhecem emoções. Essas pessoas tem uma enorme dificuldade em expressar, descrever ou mesmo nomear sentimentos e sensações corporais. São pobres de imaginação. É como faltassem palavras para descrever o que sentem. Essas pessoas podem ser portadoras de um distúrbio afetivo-cognitivo chamado de alexitimia.
Sentir é tão natural quanto respirar. Identificar o que está sentindo é mais difícil e ao não fazê-lo pode levar a altos estados de ansiedade e estresse. Sentir uma emoção, seja ela qual for, não é vergonha nem mérito pra ninguém. Nossos comportamentos são baseados nelas. Querer controla-las é complicado. Mais fácil aprender e ter cuidado ao agir quando estiver sob o efeito de alguma emoção.
O autoconhecimento favorece o reconhecimento das emoções, proporcionando habilidades para lidar, reconhecê-las e estar no mundo rodeado de afetos. Uma pessoa que não se conhece pode vir a sofrer com as próprias emoções e ter seu comportamento comprometido nas inter-relações. Um dos trabalhos do psicólogo é ajudar na descoberta de si e fortalecer o contato da pessoa com si mesma, com os outros e com o mundo.